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DBCC SHOWCONTIG

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Tudo começou no artigo sobre a vantagem de usar o SET STATISTICS IO e depois falei sobre o uso correto do DBCC DROPCLEANBUFFERS (existe uso correto?). Dessa vez vamos explorar o antigo companheiro DBCC SHOWCONTIG.

Vamos começar analisando a query que demorava 1ms:

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Esse tempo de 1 milissegund era possível porque todas os dados estavam previamente em memória. Limpando o cache e rodando a query novamente, observamos que o tempo subia para 846ms.

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As páginas foram carregadas usando o mecanismo de read-ahead e isso pode ser observado através da visualização do Buffer Pool. Na figura abaixo, é percebe-se que algumas páginas foram carregadas no mesmo instante (veja a coluna read_microsec).

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Com base na figura anterior, observamos que há conjuntos de páginas carregando em 57634 microssegundos, enquanto que outro conjunto carrega em 107984 microssegundos. Podemos inclusive verificar que as páginas 8728 a 8791 abrangem exatamente 64 páginas.

Esse comportamento ilustra bem a operação de “read-ahead”. Ao invés de requisitar ao storage as páginas individualmente, o SQL Server agregou as solicitações em uma única requisição. Isso significa que o servidor enviou um único I/O de 512Kb ao invés de enviar 64 I/O de 8Kb.

Entretanto, resolvemos desligar temporariamente o read-ahead usando o Trace Flag 652.

Observamos que a query realizou leituras físicas e teve um aumento significativo no tempo de execução:

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Aquela mesma visualização do Buffer Pool se modifica e as páginas são carregadas em tempos diferentes (coluna read_microsec). Os tempos de disco ficaram em torno de 1ms por página.

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Agora podemos fazer a matemática:

  • O tempo de leitura da página é de aproximadamente 1ms
  • Cada página contém 8 registros (coluna row_count)
  • Portanto, conseguimos fazer a leitura de 8 registros/ms.

A tabela de 10.000 registros poderá ser lida em aproximadamente 1250ms.

 

DBCC SHOWCONTIG

Ao longo do tempo, as operações de INSERT, DELETE e UPDATE causam buracos na tabela e fragmentam as páginas. O problema é que as tabelas podem crescer por conta da fragmentação!

Tenho certeza que aqueles da velha guarda vão se lembrar do DBCC SHOWCONTIG. Sua sintaxe simplificada é:

DBCC SHOWCONTIG(<table>)

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A análise não tem muito segredo:

  • Há 1257 páginas agrupadas em 160 extents
  • Há aproximadamente 7,9 páginas por Extents (recomendado é 8)
  • Scan Density: 98,75% (quanto maior, melhor)
  • Avg Page Density: 79,88% (quanto maior, melhor)

O principal indicador de fragmentação é a última linha “Avg Page Density”, que fala sobre o preenchimento da página.

 

Fragmentação de Dados

Rodamos o seguinte script para simular a fragmentação ao longo do tempo:

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ANTES: Sem fragmentação.

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DEPOIS: Com fragmentação.

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Reparamos que o Page Density despencou de 79,88% para apenas 42,49% de preenchimento. Isso reflete em um aumento do tempo da query, que estava em 1360ms, para 2437ms.

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Conclusão

Estamos conseguindo piorar o tempo da query a cada artigo! Dessa vez, forçamos a fragmentação de dados para aumentar o tempo gasto acessando o disco. O diagnóstico foi feito usando o DBCC SHOWCONTIG.

Entretanto, desde o SQL Server 2005, o comando SHOWCONTIG foi substituído pela DMF sys.dm_db_index_physical_stats.

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Existem enormes vantagens para usar essa nova sintaxe.

Para quem não se lembra, o comando DBCC SHOWCONTIG causava concorrência e bloqueios durante a sua execução, ficando quase que impraticável rodar em produção. A nova sintaxe permite especificar uma análise LIMITED ou SAMPLED ao invés de DETAILED.

No próximo artigo, vamos falar sobre o DBCC PAGE e tentaremos piorar ainda mais o desempenho da nossa query.


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